::L::S::R::  Um projecto parafilosófico
Não no tempo -- mas: a seu tempo

 
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Bernd A. Laska:
Wilhelm Reichs Wirkung -
aktuell und potentiell
[Überblick]

Über die aktuelle Wirkung Reichs (1897-1957) kann man sich leicht ein Bild machen. Eine Recherche im Internet erweist es zur Genüge: Wilhelm Reich ist heute weltweit bekannt, entweder als therapeutischer Pionier ("Vater der Körperpsychotherapien") oder als esoterischer Naturforscher (Begründer der "Orgonomie"). Bekannt ist heute somit hauptsächlich der späte, der "amerikanische" Reich. Alle Bücher Reichs, die, in zahlreiche Sprachen übersetzt, derzeit im Handel sind, stammen aus dieser Zeit.

Vor gut dreissig Jahren hingegen, in der sog. 68er Studentenbewegung, galt der frühe, der "europäische", der politische Reich als aktuell: der Kommunist, der Freudo-Marxist und Sexualrevolutionär. Seine Schriften, allesamt in deutscher Sprache (nur einige übersetzt), wurden ohne Erlaubnis der Rechteinhaber nachgedruckt und erzielten eine weite Verbreitung. Dennoch: nicht Reich war der Theorie-Guru der Studenten von Berlin bis Berkeley, sondern sein ebenfalls freudo-marxistischer Gegenspieler, der damals noch aktive Philosoph Herbert Marcuse.

Während die einstigen Anhänger des frühen Reich den späten als Geisteskranken schmähten, spielen die heutigen Reichianer, also meist Therapeuten oder/und Orgonomen, Reichs marxistische Phase als juvenile ideologische Verblendung herunter.

Nach einem Abriss dieser beiden jeweils aktuellen Wirkungsphasen Reichs werde ich eine potentielle skizzieren - die aber bald zu einer aktuellen avancieren könnte. In ihr ist Reich, mit den Worten seines Kritikers Leo Raditsa, "a splendid child of Europe's love of rationality, perhaps her last."

Das zentrale Ereignis, aus dem ich diese zukünftige Aktualität Reichs ableite, ist der Konflikt zwischen Reich und Freud, der 1934 zum Ausschluss Reichs aus allen psychoanalytischen Organisationen führte. Sigmund Freud, dem wirkungsmächtigsten Aufklärer und Freigeist des 20. Jahrhunderts, ist es damals mittels eines geheimen, regelrechten Ketzerprozesses gelungen, den vielleicht fähigsten seiner Schüler schlagartig zur Unperson zu machen. Der Grund dafür lag nicht, wie oft geglaubt wird, in Reichs Bekenntnis zum Marxismus und Freuds Taktieren gegenüber dem NS-Regime; er lag tiefer: in der Gegensätzlichkeit der anthropologisch-kulturtheoretischen Grundauffassungen beider Kontrahenten. Diese müssen im Falle Reich, wie bei einem Palimpsest, erst durch Abtrag ihrer psychoanalytischen, marxistischen und orgonomischen Überdeckungen deutlich gemacht werden, eine Mühe, die sich, obwohl inzwischen Freud - und erst recht Reich - wissenschaftlich weitgehend diskreditiert sind, für jeden lohnt, der verstehen will, warum die zukunftsorientierte Bewegung der europäischen Aufklärung gegen Mitte des 20. Jahrhunderts in Resignation versandete.

Bernd A. Laska:
Efeito de Wilhelm Reich -
atual e potencial
[sumário]

É fácil ter uma idéia da influência atual de Reich (1897-1957). Basta uma pesquisa na Internet para descobrir: Wilhelm Reich é conhecido, hoje, no mundo inteiro, seja como terapeuta pioneiro ("pai das psicoterapias somáticas"), seja como naturalista esotérico (fundador da "orgonomia"). Portanto, é sobretudo o Reich "americano" da fase tardia que é conhecido hoje em dia. São dessa fase todos os livros de Reich que, traduzidos para as mais diversas línguas, podem ser encontrados hoje nas livrarias.

Mas, nos movimentos estudantis de 68, há mais de trinta anos, considerava-se atual o Reich político e "europeo" da primeira fase: o comunista, o freudo-marxista, o revolucionário sexual. As publicações dessa fase, todas escritas em alemão (e algumas pouzas traduzidas), eram reimpressas e amplamente difundidas sem a autorização dos detentores dos direitas. Mesmo assim, não foi Reich que se tornou o grande guru teórico dos estudantes, de Berlim a Berkeley, e sim o seu grande rival, também ele freudo-marxista, o filósofo Herbert Marcuse, que nessa época ainda estava na ativa.

Enquanto outrora os adeptos de Reich da promeira fase desprezavam o Reich tardio considerando-o um doente mental, os Reichianos de hoje, geralmente terapeutas e/ou orgonomistas, depreciam a fase marxista de Reich como desatino ideológico juvenil.

Depois de um breve resumo dessas duas fases e de sua influência nas respectivas épocas, passarei a esboçar uma outra fase potencial - que poderá tornar-se atual em pouco tempo. Nela, Reich é visto, para usar as palavras de seu crítico Leo Raditsa, " splendid child of Europe's love of rationality, perhaps her last."

A atualidade futura de Reich teria o seu ponto de partida num fato de importância central: o conflito entre Reich e Freud que, em 1934, levou ao desligamento de Reich de todas as organizações psicanalíticas. Sigmund Freud, o iluminista e libertário mais influente do século XX, conseguiu naquela oportunidade, por meio de um processo secreto, de caráter verdadeiramente inquisitorial, transformar instantaneamente em pessoa abjeta aquele que talvez tenha sido o seu discípulo mais talentoso. Durante muito tempo achava-se que esse conflito era devido à adesão de Reich ao marxismo e a atitude contemporizadora de Freud em relacao ao nazismo; mas a causa era mais profunda: os dois adversários defendiam convicções básicas opostas quanto à teoria cultural e antropológica. Para descobrir essas convicções fundamantais de Reich é necessário retirar cuidadosamente, como num palimpsesto, as camadas sobrepostas da psicanálise, do marxismo e da orgonomia. Mesmo que Freud, e Reich mais ainda, estejam hoje desacreditados do ponto de vista científico, trata-se de uma tarefa útil a quem queira entender por que , em meados do século XX, o movimento futurista do iluminismo europeo acabou se desvanecendo em resignação.


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